abril 05, 2012

Comunicado ESP/ENG/PORT: Oficina de ONU Derechos Humanos para América del Sur condena decisión de Tribunal Superior de Brasil que absuelve a un hombre que violó a tres niñas

Oficina de ONU Derechos Humanos para América del Sur condena decisión de Tribunal Superior de Brasil que absuelve a un hombre que violó a tres niñas

SANTIAGO (5 de abril, 2012)

La Oficina Regional para América del Sur del Alto Comisionado de las Naciones Unidas para los Derechos Humanos (ACNUDH) deplora la decisión del Tribunal Superior de Justicia de Brasil (STJ), que ha absuelto a un hombre acusado de violar a tres niñas de 12 años de edad, basando sus argumentos en que las niñas eran supuestas trabajadoras del sexo.

¨Es inconcebible que la vida sexual de una niña de 12 años de edad pueda ser utilizada para revocar sus derechos¨, dijo Amerigo Incalcaterra, Representante Regional de ACNUDH para América del Sur. ¨Esta decisión marca un precedente peligroso y discrimina a las víctimas tanto por su edad como por su género¨.

Incalcaterra señaló que la decisión del STJ viola varios tratados internacionales de derechos humanos, que Brasil ha ratificado, entre ellos la Convención sobre los Derechos del Niño (CRC), el Pacto Internacional de Derechos Civiles y Políticos (ICCPR) y la Convención sobre la eliminación de todas las formas de discriminación contra la mujer (CEDAW). Hizo hincapié en que ¨todos los tribunales tienen la obligación jurídica de interpretar y aplicar estos tratados internacionales de derechos humanos¨.

El Representante Regional se hizo eco de la condena de UNICEF-Brasil de esta decisión por poner en peligro los avances realizados en Brasil en relación con los derechos de los niños, niñas y adolescentes.

Incalcaterra exhortó a las autoridades estatales, incluidos los funcionarios judiciales, a darle prioridad al interés superior del niño en la toma de decisiones y recordó a los Estados su obligación de proteger a los niños y niñas de todas las formas de violencia, incluido el abuso sexual.[1]

Los instrumentos internacionales de derechos humanos establecen claramente que la vida sexual de una mujer no debe ser tomada en cuenta al decidir el alcance de sus derechos y protecciones jurídicas, incluida la protección contra la violación.

[2] Por otra parte, según la jurisprudencia internacional, en casos de abuso sexual no se debe considerar la vida sexual de la víctima con el fin de determinar la existencia de un delito, ya que este enfoque discrimina por motivos de género. [3]

Incalcaterra acogió con satisfacción la declaración formulada por la Secretaría de Derechos Humanos de Brasil, en la que la Ministra María do Rosario afirma que los derechos del niños y niñas nunca pueden ser relativos y en la que critica la sentencia del tribunal por crear impunidad para delitos tan graves. El Representante Regional también ofreció la asistencia de su Oficina al Poder Judicial en materia de estándares internacionales de derechos humanos.

Para solicitudes de prensa, favor contactar:


Jennifer Ross Laguna, Oficial de Prensa e Información Pública, Oficina Regional para América del Sur del ACNUDH.

Fono. (56 2) 321-7750 / Celular: (56 9) 7999-6907 Web:

http://acnudh.org 

[1] CRC, Observación General No 4, sobre salud y desarrollo de los adolescentes, para. 18 

[2] ICCPR, Observación General No 18, sobre la igualdad de derechos para mujeres y hombres, para. 20

[3] ICCPR, LNP v Argentina 1610/2010, para. 13.

UN Human Rights Office for South America deplores a Brazilian Superior Court ruling absolving a man of raping three 12-year-old girls

SANTIAGO (5 April, 2012)

The Regional Office for South America of the United Nations Office of the High Commissioner for Human Rights (OHCHR) deplores the decision of Brazil´s Superior Tribunal of Justice (STJ) which has absolved a man charged with raping three 12-year-old girls, basing its arguments on the fact that the girls were alleged sex workers.

¨It is unthinkable that the sexual life of a 12-year-old could be used to waive her rights,¨ said Amerigo Incalcaterra, OHCHR´s Regional Representative for South America. ¨This decision marks a dangerous precedent and discriminates against the victims based on both their age and gender.¨

Incalcaterra noted that the STJ´s decision contravenes several international human rights treaties, which Brazil has ratified, including the Convention on the Rights of the Child (CRC), International Covenant on Civil and Political Rights (ICCPR) and the Convention on the Elimination of All Forms of Discrimination Against Women (CEDAW). He stressed that ¨all courts have a legal obligation to interpret and apply such international human rights treaties.¨

The Regional Representative echoed UNICEF-Brazil´s condemnation of this decision as one that jeopardizes the progress made in Brazil with regard to the rights of children and adolescents.

Incalcaterra urged State authorities, including judicial officials, to prioritize the best interest of the child in decision-making and reminded States of their obligation to protect children from all forms violence, including sexual abuse.[1]

International human rights guidelines clearly state that a woman's sexual life should not be taken into consideration when deciding the extent of her legal rights and protections, including protection against  rape.[2] Moreover, according to international jurisprudence, cases of sexual abuse should not consider the sexual life of the victim in order to determine the existence of an  offence, as this approach is discriminatory based on gender.[3]

Incalcaterra welcomed the statement by Brazil´s Human Rights Secretariat, in which Minister Maria do Rosario says children´s rights can never be relative and in which she criticizes the Court´s sentence for creating impunity for such a serious crime. The Regional Representative also offered the assistance of his Office to the judiciary on international human rights standards.

For media inquiries, please contact:

Jennifer Ross Laguna, Press and Public Information Officer, OHCHR -South America

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[1] CRC, General Comment No 4, adolescent health and development, para. 18

[2] ICCPR, General Comment No 18, on equal rights of men and women, para. 20

[3] ICCPR, LNP v Argentina 1610/2010, para. 13.

Escritório Regional de Direitos Humanos da ONU condena decisão do STJ que inocentou acusado de estupro contra três menores de 12 anos

SANTIAGO (5 de abril de 2012)

O Escritório Regional para América do Sul do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH) deplorou a decisão do Superior Tribunal da Justiça (STJ) inocentando um acusado de estuprar três meninas de 12 anos de idade, argumentando que as crianças já se dedicavam a prática de atividades sexuais.

"É impensável que a vida sexual de uma criança possa ser usada para revogar os seus direitos", disse Amerigo Incalcaterra, Representante Regional do ACNUDH para América do Sul. "A decisão do STJ abre um  precedente perigoso e discrimina as vítimas com base na sua idade e gênero", acrescentou.

Incalcaterra notou que a decisão do STJ contradiz vários tratados internacionais de direitos humanos ratificados pelo Brasil, incluindo a Convenção sobre os Direitos da Criança (CDC), o Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos (PIDCP) e a Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra a Mulher (CEDAW). Ele enfatizou que ¨todos os tribunais têm a obrigação jurídica de interpretar e aplicar esses tratados de direitos humanos.¨

O Representante Regional ecoou a preocupação da UNICEF-Brasil sobre esta decisão, que põe em risco os progressos já realizados pelo Brasil no respeito dos direitos de crianças e adolescentes.

Incalcaterra chamou as autoridades nacionais, incluindo o Poder Judiciário, a priorizar o interesse superior da criança na toma de decisões e lembrou a obrigação dos Estados de proteger as crianças de todas as formas de violência, incluindo o abuso sexual[i].

As diretrizes internacionais de direitos humanos estabelecem claramente que a vida sexual de uma mulher não deve ser levada em consideração em julgamentos sobre os seus direitos e proteções legais, incluindo a proteção contra o estupro[ii]. Além disso, de acordo com a jurisprudência internacional, os casos de abuso sexual não devem considerar a vida sexual da vítima para determinar a existência de um ataque, pois essa interpretação constitui uma discriminação baseada em gênero[iii]".

Incalcaterra valorizou as declarações da Secretaria de Direitos Humanos do Brasil, onde a Ministra Maria do Rosário disse que os direitos das crianças jamais podem ser relativizados e critica a decisão do STJ por significar impunidade para crimes dessa gravidade. O Representante Regional ofereceu ao Judiciário a assistência do seu Escritório sobre as normas internacionais de direitos humanos.

Para pedidos de imprensa, favor contatar a:

Jennifer Ross Laguna, Oficial de Imprensa e Informações Públicas, ACNUDH-América do Sul. Email: jross@ohchr.org. Telefone (56 2) 321-7750 / Cel: (56 9) 7999-6907 Web: http://acnudh.org

[i] CDC, Comentário Geral No 4, saúde e desenvolvimento de adolescentes, para. 18 (em inglês)

[ii] CIDCP, Comentário Geral No 18 sobre igualdade de direitos de homens e mulheres, para. 20 (em inglês)

[iii] CIDCP, LNP v Argentina 1610/2010, para. 13.

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